Bomba! Cappelli: Pecha de ‘governo gastador’ é farsa e benefícios a empresas têm de entrar em pauta.


 PN - O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Cappelli, elogiou a decisão do Ministério da Fazenda de divulgar a lista das empresas beneficiadas com renúncias fiscais no Brasil, em meio à iminência do anúncio de um pacote de corte de gastos.

A renúncia fiscal se concretiza quando o governo abre mão de receber tributos em prol de um suposto estímulo da economia ou de programas sociais a serem executados pelo setor privado ou por entidades não governamentais.

 Cappelli afirmou, em entrevista a CartaCapital nesta segunda-feira 18, que houve nas últimas semanas a intensificação de um movimento para dividir o País entre os supostos “responsáveis fiscais” e um governo “gastador e irresponsável”. “Isso é uma farsa.

 Todo mundo defende o equilíbrio das contas públicas. O problema é quem vai pagar essa conta”, declarou o ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça. “O que os bancos fizeram nas últimas semanas foi tentar emparedar o governo dizendo que só existia um caminho para cortar, que é nos investimentos sociais.”

Ele mencionou discussões recentes sobre a redução de repasses do Benefício de Prestação Continuada, voltado a idosos e pessoas com deficiência, e a desvinculação entre a aposentadoria e o salário mínimo.

 Enquanto isso, os benefícios tributários a empresas e pessoas físicas devem chegar a 543,7 bilhões de reais em 2025, volume que representa quase 20% do total da arrecadação projetada pela Receita Federal. 

A estimativa consta do Demonstrativo de Gasto Tributários, encaminhado ao Congresso Nacional como complemento à proposta orçamentária do ano que vem.

“Não colocam na mesa os benefícios e isenções fiscais dados a empresas? Não colocam na mesa os 800 bilhões pagos de serviço da dívida nos últimos 12 meses?”, questionou Ricardo Cappelli. 

“Equilíbrio fiscal todo mundo defende, mas é preciso colocar tudo na mesa. Não é possível preservar privilégios de uns para sacrificar a vida dos mais humildes.” 

Assista a entrevista AQUI.

Por Carta Capital


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