Julian Assange fará discurso pela primeira vez após sua libertação

DCM -Julian Assange, de 53 anos, está agendado para viajar a Estrasburgo, na França, no dia 1° de outubro, para testemunhar perante a Comissão dos Assuntos Jurídicos e dos Direitos Humanos da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.

Esta audiência marcará sua primeira declaração oficial desde sua libertação, após a detenção em abril de 2019 e os anos passados na embaixada do Equador em Londres. O evento será uma oportunidade para discutir as implicações de sua detenção e seus efeitos sobre os direitos humanos, especialmente a liberdade de imprensa.

O Conselho da Europa confirmou a participação de Assange em uma audiência dedicada à sua detenção e condenação, ressaltando sua oposição à extradição do fundador do WikiLeaks para os Estados Unidos. A Assembleia Parlamentar planeja debater um relatório investigativo sobre o caso no dia 2 de outubro.
Durante sua prisão na Grã-Bretanha, Assange enfrentou acusações sob a lei de espionagem de 1917, resultantes da publicação de mais de 700 mil documentos relacionados às atividades militares e diplomáticas dos EUA.


Após passar cinco anos na prisão de alta segurança de Belmarsh, Assange foi libertado e se dirigiu a Saipan, um território americano, onde um juiz emitiu sua condenação. Desde então, ele não fez declarações públicas, e sua esposa mencionou a necessidade de tempo para sua recuperação. O evento em Estrasburgo será seu primeiro testemunho oficial e representa uma chance de ele se pronunciar sobre seu caso, que continua a gerar controvérsia global.

Entretanto, especialistas jurídicos expressam preocupações sobre o impacto de suas declarações no pedido de perdão presidencial que Assange fez nos Estados Unidos.
O Conselho da Europa, que reúne 46 estados signatários da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, tem pouco poder sobre o destino judicial de Assange, e sua fala pode ser considerada arriscada. 

Muitos consideram Assange um defensor da liberdade de expressão e do jornalismo investigativo, enquanto outros o veem como responsável por expor informações sensíveis que colocaram vidas em risco.

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