PN - (Brasil 247) - Os advogados do empresário Antônio Celso Garcia, o Tony, protocolaram nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição explosiva, que pode trazer à tona o célebre vídeo da festa da cueca, que reuniu desembargadores do TRF-4 e prostitutas na suíte presidencial do Hotel Bourbon, em Curitiba, em 2003.
Esse vídeo, mantido em sigilo absoluto na 13a. Vara Federal de Curitiba, na época em que Sergio Moro era titular, faz parte do processo que contém a colaboração do advogado Sérgio Renato da Costa Filho. Foi esse advogado que gravou a festa dos desembargadores com as prostitutas, que trabalhavam na casa de prostituição de Mirlei de Oliveira.
Segundo Tony Garcia, o vídeo é importante para demonstrar que Sergio Moro usou esse material para manter desembargadores do TRF-4 sob seu jugo. “Sergio Costa vinha gravando todas as conversas com os desembargadores do TRF-4 recebendo dinheiro dentro do escritório deles”, disse.
Sérgio Costa era sócio do advogado Roberto Bertholdo, muito influente naquela corte. E a gravação, segundo Tony, era uma forma de pressionar Bertholdo. “Ele achava que o Bertholdo o estava roubando”, afirma Tony, que era da alta sociedade paranaense e havia sido preso no final de 2004, tornou-se agente infiltrado do juiz, para poder deixar a prisão.
“Moro me mandou oferecer imunidade total a ele (Betholdo) em delação que entregasse os vídeos dos desembargadores do TRF-4 recebendo propina no escritório deles, como também os vídeos da festa da cueca em Curitiba”, relata. Segundo Tony, Bertholdo estava com as gravações em seu poder, obtidas depois de agredir o antigo sócio.
Bertholdo não aceitou a proposta de delação, mas acabou ficando sem as fitas. “Eu levei o antigo sócio do Bertholdo, Sergio Costa, a pedido do Moro, ao MPF para fazer acordo. E indiquei um endereço de Bertholdo em São Paulo onde estariam as gravações. Pelo que Moro me cantou, houve busca lá e a fita foi apreendida”, diz.
Só que essas fitas, que provavam corrupção, não foram encaminhadas por Moro à Corregedoria do TRF-4, como era dever do juiz. “Moro nunca denunciou nenhum desembargador, porém usou para chantageá-los durante 18 anos”, conta. O processo com essas gravações tem como número original 2005.70.00.029677-6.
Segundo os advogados de Tony Garcia, o atual responsável pela 13a. Vara, que ocupa o lugar que foi de Moro, se negou a encaminhar o processo para o ministro Dias Toffoli, como eles pleiteavam. Toffoli tem sob sua jurisdição o inquérito em que Moro é investigado pelas ilegalidades denunciadas por Tony Garcia, seu antigo agente infiltrado.
“Conseguimos, depois de 20 anos pedindo, que achassem o processo, agora que encontraram, se negam a entregar. “Todos os funcionários da vara são da época do Moro, que podem mandar subtrair essas provas uma vez que não estão digitalizadas. Só o ministro pode barrar isso agora”, diz Tony.
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