O irmão mais novo de Robert F. Kennedy Jr. critica a "traição" do secretário de Saúde ao legado de seu pai e afirma que ele é "cúmplice" da "crueldade" de Trump.

 PN - Em um artigo de opinião para o 'Boston Globe', Maxwell Taylor Kennedy compartilhou como seu pai trabalhou para estabelecer os mesmos programas sociais que seu filho homônimo agora tenta desmantelar. Robert F. Kennedy teria completado 100 anos esta semana. 

Em reconhecimento à data, seu filho, Maxwell Taylor Kennedy, escreveu um artigo de opinião para o Boston Globe que celebra o legado de seu pai e critica duramente como seu filho homônimo, RFK Jr., está "traindo" esse legado.

 "Se ele estivesse vivo, certamente estaria fazendo um balanço do país que amava e serviu", disse Maxwell, o nono dos 11 filhos que RFK teve com sua esposa, Ethel. 

"É claro que não há como saber exatamente o que ele teria pensado. Mas eu sei o que mais lhe importava: a injustiça da pobreza na nação mais rica do mundo e o nosso dever, como cidadãos, de garantir que nenhuma criança vá dormir com fome", continuou. 

"E sei, especificamente, que ele teria ficado horrorizado com a crueldade que o governo Trump demonstrou contra os mais necessitados da América."

"É uma traição a tudo pelo que meu pai lutou", escreveu Maxwell. "E todos os cúmplices dessa traição se rebaixaram — principalmente meu irmão, Robert F. Kennedy Jr., secretário de saúde e serviços humanos de Trump, que conhece o legado do meu pai tão bem quanto qualquer pessoa."

Maxwell admitiu que seu pai nunca passou fome na infância, tendo crescido em uma das famílias mais poderosas da América. No entanto, quando ele e seu irmão mais velho, John F. Kennedy , iniciaram campanhas políticas que os levaram por todo o país, ficaram estarrecidos com a pobreza que viram e sentiram-se compelidos a fazer algo a respeito.

 JFK iniciou um sistema piloto de cupons de alimentação, que o presidente Lyndon B. Johnson expandiu após o assassinato do presidente Kennedy em 1963. Mas foi RFK quem ajudou a desenvolver vários programas importantes que ainda fornecem assistência atualmente.

Após ser eleito senador por Nova York em 1964, ele se inspirou no depoimento de uma jovem advogada negra chamada Marian Wright, que lutou contra a pobreza no Mississippi para se formar na Faculdade de Direito de Yale.

RFK e outros três senadores viajaram com Wright para Jackson, Mississippi, para ver as condições em primeira mão — uma viagem que, segundo Maxwell, mudou seu pai para sempre.

"Meu pai ouvia, cara a cara, as pessoas que carregavam a fome oculta deste país. Ele sabia que a empatia era a raiz da sabedoria na política, que não se pode governar um povo que você se recusa a encontrar", escreveu ele.

 "Seu poder não vinha de comandar uma multidão ou falar para as câmeras, mas de estar presente — de ouvir uma criança. Isso é o que o diferenciava daqueles que confundem crueldade com força." 

"A insanidade da guerra no Vietnã o levou a se candidatar à presidência, mas foi a pobreza, mais do que qualquer outra coisa, que motivou sua consciência", disse Maxwell. Assim como seu irmão, a carreira política de RFK também foi interrompida por um tiro de assassino . 

Mas, felizmente, ele teve tempo de colocar algumas coisas importantes em prática. Após sua morte, o senador George McGovern assumiu a luta e ajudou a conquistar a expansão dos três pilares principais da política federal — SNAP, WIC e o Programa Nacional de Merenda Escolar — que fornecem sustento aos americanos pobres. 

Mas foi necessário o apoio incansável do presidente Richard Nixon para expandir o programa de cupons de alimentação para todos os estados. E foi uma legislação assinada pelo presidente Jimmy Carter que acabou com a exigência de que os beneficiários contribuíssem para o programa. 

O sobrinho de RFK Jr., Joe Kennedy III, diz ao tio que ele precisa renunciar ao cargo de Secretário de Saúde: 'Ninguém de nós será poupado'.

Com informações People


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