Escandaloso! Mortos em operação no Rio não estavam na lista de alvos

 PN - Polícia Civil identificou 99 das 117 vítimas da Operação Contenção. Nenhum dos mortos era alvo da ação, segundo o Ministério Público. Governo tenta justificar massacre com “ficha criminal”. A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou, nesta sexta-feira (31), a identidade de 99 dos 117 civis mortos na Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha. 

Segundo a denúncia do Ministério Público estadual, nenhum dos mortos constava na lista de alvos da ação — que teve como base 69 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV).

O fato levanta dúvidas sobre o critério de seleção das áreas de incursão e reforça a denúncia de que o Estado fluminense atua fora dos limites legais e territoriais.

O governador Cláudio Castro (PL) afirmou, em coletiva, que “de vítima, só tivemos esses policiais”. A declaração provocou reação imediata de juristas e entidades de direitos humanos, que acusam o governo de tentar naturalizar a execução como instrumento de segurança pública. 

De acordo com documentos, a operação foi embasada em mandados de prisão expedidos contra 69 suspeitos, mas nenhum dos mortos estava entre eles. O governo informou que 78 das vítimas tinham antecedentes criminais, enquanto 30 não possuíam passagem pela polícia. 

Outras 18 pessoas ainda aguardam identificação no Instituto Médico-Legal.

O levantamento também mostra que, dos mais de 100 mandados previstos, apenas 20 foram cumpridos. Os 93 restantes resultaram em prisões em flagrante, sem relação direta com o inquérito original. 

O dado reforça o caráter descontrolado e arbitrário da operação, em que o uso da força substituiu a legalidade judicial.

Entre os mortos, 39 eram de outros estados, com destaque para 18 do Pará, 7 do Amazonas e 6 da Bahia, além de vítimas do Ceará, Goiás, Espírito Santo, Paraíba e Mato Grosso. 

A justificativa apresentada pelo governo do Rio — de que a maioria das vítimas tinha “histórico criminal relevante” — foi recebida com críticas severas de organizações jurídicas e sociais. 

Especialistas lembram que ter antecedentes não equivale a estar em confronto, e que o Estado não pode converter a ficha criminal em sentença de morte.

Para analistas, a estratégia de divulgar seletivamente os antecedentes de parte dos mortos visa criar uma narrativa de legitimidade da chacina, como se a vida de determinadas pessoas tivesse menos valor. 

A lógica que orienta esse discurso é a do justiçamento, na qual a polícia acusa, julga e executa, assumindo funções que pertencem à Justiça.

Essa distorção não apenas viola o princípio da presunção de inocência, mas desmonta a própria ideia de Estado democrático de direito. A ausência de transparência sobre os nomes dos presos e as circunstâncias das mortes acentua o caráter extrajudicial da operação, que consolidou o maior massacre policial da história brasileira.

Cobrança de investigação e responsabilização

A Defensoria Pública do Estado, a OAB-RJ e organizações de direitos humanos cobram do governo acesso integral às listas de mortos e presos, além da liberação dos laudos necroscópicos e das imagens de câmeras policiais. 

A ONU também manifestou “profunda preocupação” e defendeu uma investigação independente e imediata.

Juristas afirmam que o Estado deve provar que não executou civis fora de combate, sob risco de caracterização de crime contra a humanidade. A disparidade entre o número de mandados cumpridos e o de mortes reforça a suspeita de execuções em massa, prática recorrente nas favelas do Rio e historicamente direcionada à população negra e pobre.

Enquanto o governo fluminense tenta sustentar o discurso de “sucesso operacional”, cresce a pressão de movimentos sociais e familiares das vítimas por justiça e reparação. “Uma operação que cumpre 20 mandados e deixa 121 mortos não é um êxito policial — é o retrato da falência do Estado”, sintetizou uma nota conjunta da sociedade civil.

Com informações Portal Vermelho


Preciso da sua Contribuição para o blog continuar ativo DOE AQUI.


Faça a sua publicidade AQUI.


Segue o canal Planetário Notícias no WhatsApp

O diário proibido de Ana: Amazon 


Patrocinadores:

Você terá uma belíssima surpresa, clica no link abaixo:

@Amazon  CLICA AQUI

Comentários