PN - Robert Morris, ex-líder de megaigreja e "conselheiro espiritual" do presidente Donald Trump, admitiu ter cometido atos lascivos contra uma criança em 1982, mas cumprirá apenas seis meses de prisão, gerando revolta pela leniência judicial.
O pastor Robert Morris, fundador de uma das maiores megaigrejas dos Estados Unidos (Gateway Church, no Texas), confessou sua culpa na última quinta-feira (2) por ter abusado sexualmente de uma menina de 12 anos na década de 1980.
O ex-líder de 64 anos, conhecido por ser “conselheiro espiritual” do presidente Donald Trump e membro de seu comitê consultivo evangélico, admitiu os crimes graves de atos lascivos ou indecentes com uma criança durante uma audiência em Pawhuska, Oklahoma.
O caso, que expõe a hipocrisia de figuras religiosas com acesso direto ao poder político, ganhou contornos de revolta social devido à pena branda. Apesar de receber uma sentença de 10 anos, Morris cumprirá apenas seis meses de prisão efetiva, permanecendo em liberdade condicional pelo restante do tempo.
Ele também deverá se registrar como infrator sexual e pagar US$ 250 mil em restituição à vítima.
As acusações que levaram à condenação de Robert Morris derivam dos abusos cometidos contra Cindy Clemishere em 1982, quando ela tinha apenas 12 anos.
Na época, Morris trabalhava como evangelista itinerante e morava com a família da vítima em Hominy, Oklahoma. A Sra. Clemishere relatou que o abuso se estendeu por quatro anos. No tribunal, a Sra. Clemishere, hoje com 55 anos, confrontou o agressor, dizendo entre lágrimas, segundo a NBC News, que o abuso “atingiu todas as partes de sua vida”.
A vítima rebateu a narrativa inicial do pastor, que havia descrito o abuso como uma “queda moral” com uma “jovem”, afirmando com firmeza: “não existe consentimento de uma criança de 12 anos”, e Morris e outros líderes religiosos sabiam disso.
Ela confirmou que havia informado seus pais e líderes da igreja sobre o abuso já em 1987, mas ninguém tomou a atitude correta de chamar a polícia. A condenação de Morris a apenas seis meses de prisão efetiva, como parte de um acordo judicial, levanta sérias questões sobre a justiça para Cindy Clemishere e o tratamento legal dado a criminosos de colarinho branco e figuras de poder.
O crime de abuso sexual infantil, uma violência que marcou quatro anos da vida da vítima, foi punido com uma detenção de curtíssima duração, em flagrante contraste com a severidade de crimes cometidos por pessoas sem influência política ou financeira.
A Gateway Church, que chegou a ter 100 mil participantes ativos, anunciou o afastamento de Morris somente em 2024, após a vítima, Cindy Clemishere, acusar publicamente o pastor.
O atraso na denúncia e a falta de ação da igreja em 1987, somados à pena branda concedida, demonstram a falha sistêmica em proteger crianças e responsabilizar líderes religiosos poderosos. A leniência da justiça neste caso é uma afronta à luta contra o abuso sexual.
Com informações Diário Carioca

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