Lula manda recado firme a Trump com artigo histórico no New York Times: "Soberania não é negociável"


 PN - Presidente brasileiro defende julgamento do STF que condenou Bolsonaro, rebate os argumentos de Trump para retaliar o Brasil e chama o mandatário estadunidense para a conversa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez história neste domingo (14) ao publicar um artigo de opinião no jornal estadunidense The New York Times, uma das publicações mais lidas e respeitadas do mundo.

 O texto, escrito em inglês, foi uma resposta direta às recentes ameaças e retaliações do governo Donald Trump contra o Brasil, após a condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Logo na abertura, Lula deixa claro o objetivo de seu gesto político: estabelecer um diálogo "aberto e franco" com Trump, mas sem abrir mão de princípios fundamentais. O presidente brasileiro reafirmou que a soberania do Brasil não está em negociação.

"Presidente Trump, continuamos abertos a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia e a soberania do Brasil não estão em pauta", escreveu.

O artigo rebate de forma dura as acusações de Trump de que o processo judicial contra Jair Bolsonaro tenha sido uma "caça às bruxas". Lula lembrou que a condenação de Bolsonaro foi fruto de meses de investigação da Polícia Federal e de um processo conduzido em estrita conformidade com a Constituição de 1988. 

Não foi uma 'caça às bruxas'. A decisão foi resultado de procedimentos conduzidos em conformidade com a Constituição Brasileira de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar. Isso ocorreu após meses de investigações que revelaram planos para assassinar a mim, ao vice-presidente e a um ministro do Supremo Tribunal Federal", afirmou.

Lula acrescentou ainda: "As autoridades também descobriram um projeto de decreto que teria efetivamente anulado os resultados das eleições de 2022."

Contra tarifas e chantagens de Trump

O presidente também denunciou as tarifas de 50% impostas por Trump sobre produtos brasileiros como uma medida sem base econômica, mas com clara motivação política: a tentativa de proteger Bolsonaro da responsabilização por seus crimes.

"A falta de justificativa econômica por trás dessas medidas deixa claro que a motivação da Casa Branca é política. O governo americano está usando tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que orquestrou uma tentativa frustrada de golpe em 8 de janeiro de 2023", escreveu Lula.

Ele também rejeitou as acusações de que o Brasil persegue empresas de tecnologia americanas: "Todas as plataformas digitais, sejam nacionais ou estrangeiras, estão sujeitas às mesmas leis no Brasil." E reforçou: "É desonesto chamar regulamentação de censura, especialmente quando o que está em jogo é a proteção de nossas famílias contra fraudes, desinformação e discurso de ódio. A internet não pode ser uma terra de ilegalidade, onde pedófilos e abusadores têm liberdade para atacar nossas crianças e adolescentes."

Sobre o sistema de pagamentos brasileiro, o Pix, Lula foi categórico: "Ao contrário de prejudicar operadores financeiros dos EUA, o sistema de pagamentos digitais brasileiro, o Pix, possibilitou a inclusão financeira de milhões de cidadãos e empresas. Não podemos ser penalizados por criar um mecanismo rápido, gratuito e seguro que facilita transações e estimula a economia."

Em tom altivo, Lula reconheceu que os EUA buscam reindustrialização e geração de empregos, mas afirmou que medidas unilaterais não resolvem os problemas criados pelo receituário neoliberal. "Recorrer a ações unilaterais contra Estados individuais é prescrever o remédio errado", escreveu, defendendo o multilateralismo como caminho justo e equilibrado.

No encerramento, evocou uma fala do próprio Trump na ONU em 2017: "'Nações fortes e soberanas permitem que países diversos, com valores, culturas e sonhos diferentes, não apenas coexistam, mas trabalhem lado a lado com base no respeito mútuo'." E concluiu: "É assim que vejo a relação entre o Brasil e os Estados Unidos: duas grandes nações capazes de se respeitarem mutuamente e cooperarem para o bem de brasileiros e americanos." 

Com informações The New York Times


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