Os juízes Cármen Lúcia Antunes Rocha e Cristiano Zanin decidiram na quinta-feira que Bolsonaro — um ex-paraquedista eleito presidente em 2018 — era culpado de tentar se agarrar ao poder à força após perder a eleição de 2022, o que significa que quatro dos cinco juízes envolvidos no julgamento consideraram o ex-líder brasileiro culpado.
Ao anunciar a sentença de Bolsonaro por crimes como golpe de Estado e tentativa violenta de abolir a democracia brasileira na noite de quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes disse: “[Ele tentou] aniquilar os pilares essenciais do Estado democrático de direito... cuja maior consequência... teria sido o retorno da ditadura ao Brasil”.
Ao dar seu voto decisivo, Rocha denunciou o que chamou de tentativa de "semear a semente maligna da antidemocracia" no Brasil, mas comemorou como as instituições do país sobreviveram e estão reagindo.
“A democracia brasileira não foi abalada”, disse Rocha a um tribunal na capital, Brasília, alertando sobre a disseminação do “vírus do autoritarismo”.
Na terça-feira, outros dois juízes, Moraes e Flávio Dino, também declararam o político de 70 anos culpado de liderar o que o primeiro chamou de "uma organização criminosa" que buscava mergulhar o país sul-americano de volta à ditadura.
“Jair Bolsonaro era o líder dessa estrutura criminosa”, disse Moraes durante um discurso de cinco horas no qual ele ofereceu um relato abrangente da conspiração lenta contra a democracia brasileira.
“A vítima é o Estado brasileiro”, disse Moraes, alegando que a trama se desenrolou entre julho de 2021 e janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram Brasília depois que o vencedor da eleição, Luiz Inácio Lula da Silva, de esquerda, assumiu o poder.
Um quarto juiz, Luiz Fux, votou pela absolvição de Bolsonaro na quarta-feira, alegando que não havia "absolutamente nenhuma prova" de que o ex-presidente tivesse conhecimento ou participasse de um suposto complô para assassinar Lula e Moraes no final de 2022, ou tivesse tentado dar um golpe.
Houve comemorações de esquerda em frente ao Supremo Tribunal Federal, quando Rocha selou o destino de Bolsonaro e de outros sete aliados próximos que também foram condenados. Entre eles, estão os ex-ministros da Defesa, Netto e o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o ex-ministro da Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos.
O ex-chefe de espionagem de Bolsonaro, Alexandre Ramagem, e o ministro da Justiça, Anderson Torres, também foram considerados culpados, assim como Cid.
“Hoje, o Brasil está fazendo história”, disse Lindbergh Farias, líder do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula na Câmara dos Deputados, ao sair do prédio. “O Brasil está dizendo: 'Golpe é crime!'”
Com informações The Guardian
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