PN - Ex-coach bolsonarista é denunciado por espalhar documento médico falso e acusações de uso de drogas contra Guilherme Boulos.
O Ministério Público Eleitoral de São Paulo formalizou nesta quinta-feira uma denúncia grave contra o ex-coach e aspirante a político Pablo Marçal, por difamação e falsificação de documento médico durante a campanha eleitoral de 2024 para a Prefeitura de São Paulo.
O alvo de seus ataques foi o deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL, principal nome da esquerda paulistana e figura central na oposição à extrema-direita no Brasil.
A promotora Iane do Lago Nogueira Cavalcante Reis, responsável pela denúncia, aponta que Marçal protagonizou uma série de ações deliberadas para destruir a imagem pública de Boulos, usando estratégias que combinam o método clássico da difamação com o modus operandi digital da desinformação bolsonarista.
Difamação ao vivo e sem pudor
O primeiro ataque aconteceu em 8 de agosto de 2024, durante um debate televisionado pela TV Bandeirantes. Diante das câmeras, Pablo Marçal simulou com o dedo na narina um gesto típico de uso de cocaína, enquanto se dirigia a Boulos. O gesto foi interpretado pelo Ministério Público como insinuação explícita de uso de drogas, sem qualquer fundamento ou prova — apenas um teatrinho grotesco feito para o espetáculo midiático.
Logo após o debate, Marçal reforçou a insinuação de forma ainda mais violenta e irresponsável. Em entrevista coletiva, chamou Boulos de “cheirador de cocaína”, expondo mais uma vez a lógica do ataque pessoal, típico da retórica de extrema-direita, onde não há disputa de ideias, apenas tentativa de destruição moral do adversário.
Laudo falso, clínica fantasma e conivência jurídica
O episódio mais grave veio semanas depois. Às vésperas do primeiro turno da eleição, em 4 de outubro de 2024, o perfil oficial de Pablo Marçal no Instagram publicou um documento que parecia um laudo médico. O texto afirmava que Guilherme Boulos teria sofrido um surto psicótico e testado positivo para cocaína, com recomendação de internação. A intenção era clara: sugerir que o candidato não teria condições emocionais ou morais para assumir a Prefeitura de São Paulo.
O laudo, como revelou o Ministério Público, é falso de ponta a ponta. Foi forjado pelo biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior, em papel timbrado de sua própria clínica — um uso criminoso da estrutura profissional para fins eleitorais. O conteúdo falso foi publicado com a autorização de Tassio Renam Souza Botelho, advogado de Marçal, que também foi denunciado formalmente.
A promotora Iane Reis deixou claro que o material tinha “nítido caráter ofensivo à reputação da vítima” e foi parte de uma ação coordenada de manipulação da opinião pública, calcada em falsidade ideológica, desinformação e discurso de ódio.
A máquina de difamação da extrema-direita
A denúncia contra Pablo Marçal representa mais um episódio do arsenal político da extrema-direita brasileira: a criação e difusão de mentiras como arma de destruição de reputações. Marçal, que tentou surfar na popularidade de figuras como Jair Bolsonaro, seguiu a cartilha da guerra cultural: transformar adversários em inimigos e desacreditá-los publicamente com insinuações infundadas.
Não é um caso isolado. A fabricação de documentos falsos e a disseminação de calúnias nas redes sociais foram pilares da campanha bolsonarista desde 2018. Com a queda de popularidade de Bolsonaro e o crescimento de nomes como Luiz Inácio Lula da Silva e Guilherme Boulos, os ataques pessoais tornaram-se ainda mais virulentos — e agora, cada vez mais expostos à responsabilização jurídica.
Consequências judiciais e políticas.
A denúncia formal abre caminho para que Pablo Marçal, Luiz Teixeira da Silva Júnior e Tassio Renam Souza Botelho sejam processados criminalmente por difamação, falsidade ideológica e, possivelmente, crimes eleitorais. O caso também serve de alerta para o uso indevido de plataformas digitais como o Instagram, que seguem sendo palco de linchamentos morais com amplo alcance.
Para o campo democrático, a reação do Ministério Público Eleitoral sinaliza um movimento tardio, mas necessário, no enfrentamento às táticas antidemocráticas que tentam naturalizar o uso da mentira como ferramenta eleitoral. E coloca em evidência a urgência de responsabilização de figuras públicas que abusam da liberdade de expressão para alimentar campanhas de ódio e desinformação.
Boulos reage com firmeza
Procurado pela imprensa, Guilherme Boulos afirmou que a tentativa de ataque contra sua honra não o intimidou: “A verdade prevalece. Quem usa a mentira como arma política teme o confronto de ideias. Responderemos na Justiça e nas urnas.”
O parlamentar também cobrou maior atuação das plataformas digitais e uma legislação mais firme contra a circulação de conteúdo fraudulento, destacando que a democracia está em risco quando se permite que candidatos falsifiquem documentos e usem redes sociais para espalhar calúnias.
Enquanto isso, Pablo Marçal tenta manter alguma relevância no submundo da desinformação, apostando no populismo digital e nos ataques espetaculares, mesmo diante da derrocada moral e jurídica de sua candidatura.
Com informações Diário Carioca
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