PN - (Terra) Ney Latorraca morreu na manhã desta quinta-feira, 26, aos 80 anos. A informação foi confirmada pela TV Globo, onde fez carreira e inúmeros papéis de destaque. O ator estava internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e teve uma sepse pulmonar. Ele enfrentava um câncer de próstata desde 2019.
Nascido em Santos e formado pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), Ney Latorraca viu seu trabalho como ator dar uma guinada ainda no teatro. Ao lado de Marco Nanini, ele ficou em cartaz por 11 anos com o fenômeno O Mistério de Irma Vap, entre 1986 e 1997.
Na televisão, o artista foi destaque em novelas e programas de humor da Globo, como o vampiro Vlad, em Vamp (1991) e Barbosa, na TV Pirata. Em 2000, viveu o icônico Cornélio Valente, do núcleo cômico da novela O Cravo e a Rosa, que foi reprisada em 2022. Outro papel marcante foi o do falido Eduardo, casado com Verinha, e pai da vilã Bárbara, interpretada por Giovanna Antonelli, em Da Cor do Pecado, de 2004.
Foi quando estava se preparando para a estreia do musical Vamp, em 2017, que Ney Latorraca anunciou que iria desacelerar. "Não quero mostrar minha decrepitude. Quero ficar em casa, descansar, viajar", disse o ator, na época com 73 anos.
Desde então, ele só voltou atrás na decisão em 2019, quando participou da série Cine Holliúdy, da Globo.
Já no teatro, o ator estrelou o musical Seu Neyla em 2022, em comemoração aos 60 anos de carreira. A aparição dele, porém, era diferente: de seu apartamento, Latorraca contracenava através de um telão com o elenco que ocupava o palco do teatro
Em entrevista ao Estadão em julho deste ano, mês em que completou 80 anos, Ney explicou que considerava retornar à TV um dia. “Eu não estou aposentado, de jeito nenhum, mas para me tirar de casa, precisa ser um bom personagem, algo que me desafie”, anunciou.
Ney Latorraca não tinha herdeiros: Saiba o destino da herança do ator.
Casado há 30 anos com Edi Botelho, também ator e diretor teatral, Ney não deixa filhos. Em entrevistas, ele revelou que chegou a considerar a paternidade durante seu casamento com Inês Galvão, na década de 1980, mas optou por não seguir adiante com o plano.
O ator decidiu beneficiar organizações que atuam em diferentes frentes, como cultura e saúde. Ney detalhou essa escolha em entrevistas passadas.
“O Retiro dos Artistas (RJ), a ABBR (Associação Beneficente de Reabilitação), o GAPA de Santos (Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS) e a Hanseníase de Campo Grande.
Em 1996, fiz um testamento, com advogado, tudo certinho. Só que, na época, não abri muito isso. Agora que estou falando porque acho que é importante”, declarou Ney ao portal UOL.
O artista afirmou que sua decisão vai além do reconhecimento pelo trabalho como ator. “Acho que as cortinas se abrem e os aplausos, se eles vierem, não virão mais só pelo trabalho de ator, mas também por uma atitude como cidadão”, explicou na mesma entrevista.
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