Para o Trump 2.0, a Ucrânia é um problema da Europa, e não dos EUA.

PN - O presidente eleito não liga para a história, a moral e os ideais que servem de amálgama para a união com a Otan, que teve início na Segunda Guerra. Donald Trump gosta de bravatas. Não é por seus grandes discursos que podemos conhecer a fundo sua visão de mundo, mas pelas piadas debochadas que costuma contar sempre que se sente confiante e cheio de si. 

Uma dessas bravatas, ouvida pelos moradores da pequena cidade de Conway, na Carolina do Sul, no sábado 10 de fevereiro de 2024, deixa claro qual seria sua abordagem para um dos temas mais importantes da agenda de segurança internacional: a tensão nuclear entre a Rússia, a Ucrânia e as potências da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan. 

A anedota contada por Trump aos moradores de Conway envolve ele e o presidente “de um grande país” europeu. Os dois estariam discutindo o fato de que nem todos os países da Europa que fazem parte da Otan cumprem o combinado de investir o equivalente a pelo menos 2% de seu próprio PIB em Defesa, o que estaria sobrecarregando o contribuinte americano, cujo governo gasta mais de 3% do PIB com suas Forças Armadas. 

“Bem, meu caro, e se nós não pagarmos e formos atacados pela Rússia, você vai nos proteger?”, teria dito a Trump o tal presidente de “um grande país europeu”, ao que o líder republicano retrucou: “Não, nós não protegeríamos vocês. Na verdade, eu os encorajaria – referindo-se aos russos – a fazer o que diabo quisessem”. 

Proteger a democracia ou uma ideia comum de Ocidente com a Europa, honrar a aliança transatlântica do pós-Guerra, tudo isso é “bullshit” para o contribuinte americano, a quem Trump se propõe a defender. 

 Por João Paulo Charleaux - Carta Capital
 

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