O ministro Gilmar Mendes incendeia bolsonaristas ao descartar ‘impeachment’


 PN - O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o jurista Gilmar Mendes deixou a ala bolsonarista do Congresso em polvorosa ao afirmar que, no caso do eventual impedimento de um presidente da República ou de um ou mais ministros da Corte Suprema, o processo poderá ser revisto pelos próprios magistrados.

Para a oposição ao atual governo, a declaração de Mendes foi uma afronta ao Legislativo. Há, na Câmara, um Projeto de Lei (PL) que tira a prerrogativa exclusiva do presidente do Congresso, hoje o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de aceitar ou recusar os pedidos de ‘impeachment’ que são apresentados. 

No Senado, Pacheco é autor de uma proposta para a elaboração de um código único sobre o tema. Gilmar Mendes, em recente entrevista ao canal norte-americano de TV CNN Brasil disse que os impedimentos dos presidentes Fernando Collor (sem partido) e Dilma Rousseff (PT) passaram por revisões no STF sobre “a velha lei do impeachment“.

— Se viesse por acaso a tramitar um processo contra um ministro, certamente haveria discussão sobre se essa Lei foi recepcionada, uma Lei da Constituição de 1946, pela Constituição Federal de 1988 — disse.

O jurista afirmou, ainda, não ver nenhuma irregularidade cometida pelo ministro Alexandre de Moraes, um dos maiores alvos do descontentamento bolsonarista, ou por qualquer ministro que justifique a abertura de um processo. 

A primeira representação contra Moraes foi feita em 2021, ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que fez sistemáticas críticas ao ministro e influenciou os apoiadores. Outro alvo frequente tem sido o presidente da corte, Luís Roberto Barroso. Cármen Lúcia, Edson Fachin, Flávio Dino, Dias Toffoli também estão entre os alvos. 

O próprio Gilmar já foi recordista de pedidos levados ao Senado. Até então, quando comentava o tema, o ministro dizia que as tentativas de impedimento de ministro eram ameaças ou assédio, mas que não preocupavam, e que o Congresso tinha “maturidade política” para frear medidas do tipo. 

Correio do Brasil. (CDB)


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