Aberta há 33 anos, a lavanderia de Renato Soares em São Paulo já passou por toda sorte de dificuldades.
"Sobrevivemos a períodos de recessão, hiperinflação, mudanças arbitrárias na lei e às dificuldades criadas pela intrincada burocracia e sistema brasileiro de impostos. Também fomos roubados duas vezes. Então a essa altura não imaginava que chegaria o dia em que teria de pensar em fechar meu negócio", diz ele.
"Mas como posso operar uma lavanderia sem água?"
A instabilidade no suprimento de água já está dificultando a vida de milhares de pequenas empresas e comércios, como a lavanderia de Renato. E caso se confirme a necessidade de um racionamento severo, que envolva quatro ou cinco dias sem água, muitos temem ter de fechar as portas.
Entre os que podem ter suas atividades inviabilizadas pela falta d'água estão lava-rápidos, cabelereiros e produtores de hortaliças. "Também pequenos produtores de laticínios, porque eles precisam de água para a higienização dos utensílios usados na fabricação de queijo", diz Pedro Parreira, diretor da Parcon Consultoria, especializada em pequenas e médias empresas, que tem clientes em dois Estados que sofrem com a seca: Minas Gerais e São Paulo.
"O governo está preocupado com as demissões das grandes montadoras, mas acho que deveria olhar também para os pequenos negócios. Eles são os grandes empregadores do país - e muitos não vão sobreviver a um possível racionamento de água e energia combinado com uma conta de luz mais cara."
REPORTAGEM COMPLETA BBC BRASIL
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