MOSAICO
Colei três crônicas minhas numa só. A idéia surgiu quando em conversa, eu disse que parecia com a Darlene, quando divulgo os meus blogs e textos. Fizeram-me uma proposta de escrever sobre isso. Logo, me lembrei que já tinha abordado este tema de querer se mostrar e das gafes que sempre passo. Preciso controlar essa ansiedade de escrever, ultimamente faço isto diariamente e mando para todos os sites que encontro, para ver a reação das pessoas. Fico até com vergonha, minha imaginação voa. Penso que todos irão adorar e que a caixa postal do meu e-mail lotará de mensagens. Aí, preciso sempre fazer o exercício de abaixar a bola: "Menos Eduardo, muitas vezes, as pessoas passarão batido por seu texto". Não queria ter uma tendência megalomaníaca. Como posso exterminá-la? Teve um site que publicou alguns contos meus e colocou o meu endereço eletrônico. Ninguém me mandou nenhuma mensagem. Curioso, li alguns contos que foram colocados juntos com os meus e não enviei nenhum elogio ou crítica para ninguém, também. Se não mostrei interesse para o trabalho dos outros, vou almejar que alguém perca tempo em me responder? Muitas vezes, até eu me espanto comigo mesmo.Uma vez, tentei fazer uma crônica diferente. Enviei para um site que publicava em tempo real. Só que era um tipo de foro de discussão e não um lugar para edição de contos e crônicas. Uma pessoa me respondeu no sitio mesmo, disse mais ou menos que se aprende a escrever escrevendo e se as pessoas não se emocionaram, com o que escrevi, não fiz literatura. Fiquei contente, pelo menos alguém disse alguma coisa. O desejo de ser publicado cresce a cada dia que passa, um dia acessei uma página na Internet, que abordava sobre a cidade do Rio de Janeiro: músicas em sua homenagem, dicas turísticas e crônicas. Tive a brilhante idéia de escrever uma coisa bem rápida sobre o Rio e mandei. Detalhe enviei umas quatro vezes, porque quando lia, sempre encontrava um erro. Cometi mais uma gafe. Meu Deus, tanta gente que escreve bem e ralando há bastante tempo e eu acho que vou cair de pára-quedas, fazendo o maior sucesso. E quando penso, em participar desses programas, tipo Big Brother, para ver se consigo divulgar meus contos...Quando era um neófito no mundo dos blogs, para divulgá-lo, comecei a enviar e-mail para sites de literatura, para um fórum de divulgação e para antigos colegas e professores da faculdade. Confesso( que vergonha!!) enviei o endereço do meu blog até para e-mais de jornais e revistas. Já recebi dois e-mais, pedindo para “não mandar mais nada”.O primeiro, a pessoa disse não me conhecia e que tinha mais de duzentos alunos e que não podia receber mensagens de desconhecidos. Prejudicava seu trabalho. Entendi o seu lado e não vou mais incomodá-lo. A outra pessoa, uma antiga professora, que não me reconheceu, disse: “ Quem é você?. Não estou interessada no que você diz ser literatura. Não envie mais nada para mim; não estou interessada”. Compreendi o recado. Enfim, continuo a viver, a escrever, a blogar e pagar micos, muitos micos... De um tempo para cá, resolvi enviar algumas crônicas para jornais e revistas por e-mail. Ninguém me respondeu é claro. Então enviei algumas crônicas para um jornal. Pedi uma resposta e a recebi no mesmo dia: "Não há interesse Eduardo, boa sorte!" Apesar de ficar chateado, gostei. Disseram logo que não queriam os meus textos. Fechou uma porta, agora vou procurar uma janela. Qualquer resposta é melhor do que simplesmente não dizer nada. A gente não fica esperando, sofre um pouco, mas, continua em frente. Agradeci pela consideração por e-mail. Sinto que melhoro a escrita a cada dia lendo, estudando, escrevendo e fazendo estas travessuras do que quando me fechava em mim mesmo. Sempre recebo críticas construtivas: “ Eduardo, cuidado com os pronomes possessivos...você coloca de mais e muito artigo... enxuga o seu texto ... não precisa ser explicito demais... o leitor não é burro...faz um curso de redação...”.Continuo na estrada escrevendo e cometendo muitas gafes... Amanhã é outro dia!!!!
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CERTA CURIOSIDADE SURGIU DE REPENTE
Talvez ela veio da minha leitura defasada. Os escritores que já li morreram há muito tempo, por isso quando procuro saber sobre a vida e a obra de um artista já falecido, não me sinto invadindo a privacidade alheia. Um dia ao ler alguns blogs literários, conheci o trabalho de um jovem autor.
Nasceu no mesmo ano que eu ( 1978) e já tem alguns contos, livros publicados e colunas em revistas conhecidas. Deva ser que escreve desde criança. Recordo-me que vi uma entrevista do escritor jornalista João Ubaldo, que dizia que começou a ler aos cinco anos e que já na adolescência trabalhava numa redação de jornal. Eu comecei a tentar escrever contos e crônica com vinte e poucos anos, quando usava o computador pra os trabalhos da faculdade. Como esse escritor que tem a minha idade, desenvolveu esse dom para a literatura tão cedo? Será que nos tempos de escola, tirava nota boa em redação? Fiquei admirado e com uma pontada de inveja. Escrever para mim sempre foi complicado e muitas vezes frustrante.
Quis saber como ele era. Pesquisei na Internet se havia imagens dele. Vi algumas fotos, um computador numa escrivaninha cheia de papéis, ao lado um ar refrigerado velho que ficava sob uma janela em que se via um aglomerado de prédios. O ambiente parecia um quarto transformado em escritório. Depois, algumas fotos experimentais com um espelho redondo e antigo. Ele fotografava sua imagem refletida no espelho. Encontrei também algumas fotos de eventos literários, reuniões e festas que ele participou. Senti-me intruso e envergonhado, resolvi acessar outros sites.
Não sei o porquê, até me lembrei de uma história, que o professor da oficina de contos disse sobre seu amigo jornalista, que estava querendo fazer uma entrevista ou apenas conversar com um certo escritor famoso. Só que ele era muito fechado e não gostava de nenhum contato. Quando esse escritor percebeu que o jornalista o espionava, foi até ele: – Foi você que fez uma crítica boa do meu livro? – Sim.– o jornalista respondeu espantado. – Certo. Agora, não fica mais me perseguindo, se não quebro a sua cara. – o outro saiu de mansinho.
Cansado de ficar no computador, fui dormir. À noite estava quente e o dia prometia ser de muito calor. Acabei de ler Quase Memória de Carlos Heitor Cony, gostei. A narrativa é muita bem estruturada; o autor conseguiu meu prender até o final. Tantos livros para ler, quando penso nisso, sinto uma leve depressão.
Comentários
Big Kiss
Insista que você tem talento.