Com portas fechadas à imprensa e ao público, começou nesta segunda-feira o julgamento dos 13 adolescentes que são acusados de terem agredido, abusado sexualmente e assassinado o travesti brasileiro Gisberto Salce Júnior.
O crime ocorreu em fevereiro, na cidade do Porto, onde os 12 dos menores estavam internados em instituições ligadas à Igreja católica.
O caso chocou o país e a campanha pela apuração do que aconteceu tornou-se uma bandeira dos movimentos homossexuais e transgêneros de Portugal, além de grupos de defesa dos direitos humanos portugueses e de outros países da Europa.
O Parlamento Europeu chegou a votar uma moção pedindo a condenação dos culpados por "ódio homofóbico".
Antônio Serzedelo, coordenador do movimento Opus Gay, disse que há muita ansiedade em relação ao julgamento.
"Estamos vendo o início com bastante ansiedade. Não estamos como num circo romano querendo a cabeça das pessoas. Queremos que se faça Justiça, que se apure a verdade. A culpa maior está nos colégios religiosos ligados à Igreja, que funcionam com subsídios do Estado, e que não estão cumprindo sua função."
Crime
Segundo o inquérito do Ministério Público, o crime aconteceu entre 18 e 19 de fevereiro.
Ainda de acordo com o inquérito, os agressores de Gisberto teriam abusado dele sexualmente, batido nele e introduzido um pedaço de madeira em seu ânus.
Segundo a investigação, os agressores teriam tentando se livrar do corpo do brasileiro jogando-o num poço – supostamente eles acreditavam que Gisberto estava morto. No entanto, o travesti estava apenas desacordado e acabou morrendo afogado.
Gisberto – que gostava de ser chamado de Gisberta ou Gis – estava em Portugal desde 1990. No início, fazia espetáculos em boates gays, imitando a cantora Daniela Mercury. Caiu na prostituição, tornou-se dependente de heroína e quando foi agredido estava com Aids e tuberculose, morando numa construção abandonada.
BBC Brasil
Aguas da vida comenta
Muito triste como um ser humano trata outro ser humano, andei lendo outro dia uma frase que chamou-me a atençao: "Educai as crianças, para nao precisar punir os adultos"
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