A campanha contra a mutilação genital feminina na Grã-Bretanha, tradição praticada no país por comunidades de imigrantes, ganhou recentemente a adesão da Polícia Metropolitana de Londres.
Desde o ano passado, a investigadora Carol Hamilton, que trabalha há 28 anos na corporação, tem se desdobrado para acompanhar o problema na Grande Londres.
Além de chefiar a equipe de investigação de abuso infantil nos bairros de Hillingdon e Ealing, no oeste da capital britânica, Hamilton também coordena o projeto de prevenção à mutilação genital da polícia londrina.
A investigadora se envolveu no assunto depois que o governo britânico editou em 2004 uma lei que tornou ilegal não apenas praticar a mutilação de mulheres em território britânico, mas também levar as garotas para serem mutiladas no exterior.
"A mutilação genital feminina é um dos piores abusos emocionais e físicos de crianças, porque é um crime de amor, no qual os pais praticam esse horrendo crime contra as meninas", afirmou Hamilton à BBC Brasil.
A ONG Forward (Fundação para a Saúde, Pesquisa e Desenvolvimento da Mulher, na sigla em inglês) estima que na Grã-Bretanha perto de 200 mil mulheres foram circuncidadas e 20 mil meninas correm risco de ter seus clitóris e lábios vaginais removidos.
Acredita-se que a maior parte foi circuncidada nos países de origem de suas famílias, em geral na África. Contudo, muitas meninas foram mutiladas dentro do próprio território britânico, de forma clandestina, embora não haja um levantamento oficial sobre o assunto.
Perda do prazer sexual, infecções urinárias, relações sexuais dolorosas e infertilidade estão entre as conseqüências da mutilação para a saúde das mulheres, sem contar uma série de problemas psicológicos, como a ansiedade e a depressão.
BBC Brasil
Aguas da vida comenta
Achamos monstruoso, mas nao seria monstruoso, uma criança nas maos de homens sedentos de sexo? Seja como for, sao coisas incompreensiveis...
Comentários