Eureka

Ando passando por um momento de crise, como é de conhecimento de muito poucos. Chegar aos 30 e 13 anos de idade (resolvi ficar nos trinta, como as representantes da beleza brasileira que só usam Lux!) sem saber o que vai acontecer no dia seguinte, é algo meio que sombrio. E, mais sombrio ainda é, antes das 7 da manhã, receber uma piscada de farol de um motorista de ônibus Praça Mauá - Realengo. E, como se não bastasse, outra piscada com direito ao tchiii tchiii do freio. É, ou não é, uma questão de parar para pensar na vida e, quem sabe, em cometer suicídio!!!

Mesmo estando neste estado lastimável de auto-estima, mesmo que esta esteja no pico, do meu dedão do pé, eu continuo andando de cabeça erguida, tentando encontrar, nessas linhas tortas e em braile da vida, uma solução para essa minha crise de identidade e de conduta. Me sinto a Omelete dos pobres, " - Ser ou não ser, eis a questão!" O que fazer, então! Já que não sou famosa como o Milkshakespirro, vou tentando achar, aqui e ali, razões para melhorar meu astral. Eis que... Eureka!

Tive aquela idéia, aquelas onde aparece, até, uma lampada em cima da cabeça: Vou montar uma barraquinha de gurúa, mestre, divina! Vou colocar uma plaquinha do tipo, "Um conselho = R$ 1,00". Coisa básica! Afinal, é impressionante como eu sou capaz de, mesmo no caos em que me encontro, fazendo das tripas um nó de marinheiro para me segurar e não afundar (se bem que tem coisas que não afundam...), vendendo o almoço para negociar o jantar (que nem sempre dá para comprar), eu consigo achar a luz no fim do túnel para aqueles que me procuram. Tá certo, ninguém voltou para contar se deu certo o que me leva a crer que era um trem vindo na contra-mão, mas abstraindo-se este detalhe irrelevante, eu sempre tenho a palavra certa das horas incertas ... ou vice versa, depende do referencial.

Eu noto que, gradativamente, meus colegas de trabalho se aboletam em minha sala, esperando que eu dê o conselho do dia. Ou, que eu fale um dos inúmeros provérbios que adoro recitar como "mais vale um ovo na mão do que dois numa cueca distante" (aqui na Empresa, a maioria é feminina, daí o provérbio direcionado à elas). E, a cada dia que passa, sinto que essa necessidade vem se tornando crescente! Céus, estou me tornando uma persona mais que grata no meio em que vivo e isso, me conforta, afinal, nem tudo está perdido, só eu mas isso, é um detalhe técnico e que não deve ser levado em conta!

Parece piada, e é piada, mas essa coisa de conselho é verdade. Não sei de onde encontro otimismo, fé e esperança para passar para as pessoas que estão na mesma canoa furada que eu e remando, comigo, contra a maré. Mas, não é que eu passo e, isso, me faz mais leve (mesmo que a maldita balança não mostre!!). Se eu tinha dúvidas quanto ao que fazer, continuo. Mas, se eu desejasse e pudesse abrir um espaço, onde as pessoas viessem se sentar, desabafar e eu conseguisse fazê-las encontrar seus caminhos, estaria mais que realizada. Teria descoberto a pólvora que me faria explodir de satisfação e felicidade.

Mas, enquanto não dá, vou tentar superar meus obstáculos, um dia após o outro e quem sabe, chego à China e ainda me torno uma atleta olímpica, medalhista! A Ciccarelli já conseguiu! De tanto correr atrás, achou seu pote de ouro, ouro de louco mas, de ouro e largou, o que a torna louca assumida e diplomada! Por que eu não posso achar, pelo menos, um emprego descente...!!!

É, acho que comi criança quando era M... já entrei na fase do delírio, ou seja, estou a dois passos, do paraíso e, meu amor... Talvez eu fique por lá!

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