Olhem para qualquer poste da cidade de São Paulo. É impossível não encontrar um cartaz com telefones de videntes, tarólogos, ciganos. Tem baralho, vidência na água, borra de café, runas, tudo para todos os gostos. Mas os meus favoritos são os "espíritas do amor". Pessoas que, mediante pagamento, unem ou separam casais. E cujo trabalho é tão sério que eles só recebem o dinheiro após o resultado.
Ele não te quer? Então agora vai querer. Ela te largou por outro? Com um simples jeitinho, o relacionamento dos traidores vai por água abaixo. E ela descobrirá, do nada, que ainda é apaixonada por você.
Eu não conheci nenhum dos "espíritas do amor" pessoalmente. Mas conheci pessoas que apelaram para eles para conquistar o amado ou a amada. Algumas conseguiram, outras não.
Algumas coisas precisam ficar claras. Primeiro, eles não são "espíritas". Eles usam essa definição para suavizar o fato de serem macumbeiros, mesmo. E a coisa não é simples assim. Eu não posso chegar no guichê de um "espírita do amor" e pedir: "Por favor, eu gostaria que o Reinaldo Gianecchini se apaixonasse por mim. Quanto custa?". É preciso ser alguém com quem a pessoa tenha algum tipo de conexão.
Depois de ouvir a triste história do cliente, "espírita" faz um orçamento com base na dificuldade dos trabalhos (quantos bodes ou galinhas, quanto de velas, isso e aquilo). Mas não se preocupem, se bobear o valor pode ser parcelado, ou pode-se pagar com cartão de crédito, vale-refeição, débito automático em conta corrente... a criatividade não tem limites.
O que me espanta em casos assim é a completa ausência de amor próprio de um ser humano, que se presta a ter ao lado alguém que não o quer de verdade, em nome de um sentimento que muitos chamam erroneamente de "amor". Eu traduzo como orgulho ou capricho. Popularmente falando, podemos usar o termo "falta de chinelo na bunda".
Analisem comigo: se alguém apela pra macumba para trazer o ser amado, é porque o tal não quer ficar com a pessoa por vontade própria. Como ela não aceita a realidade dos fatos, essa pessoa paga pra um pessoalzinho do sobrenatural soltar um parafuso no cérebro do amado, de forma a fazê-lo se apaixonar ou a sentir uma estranha e incontrolável de ficar ao lado dela.
E vale ressaltar que o trabalho, uma vez que tenha dado certo, precisa ser refeito sempre, porque volta e meia a pessoa atingida tem essa mania insuportável de querer voltar ao normal e descobrir que não gosta tanto assim do cônjuge.
E em muitos casos a coisa vira um pingue-pongue. A pessoa vai lá reclamar que o ser amado não quer mais saber dela, e o "espírita" diz que um terceiro indivíduo fez um trabalho para separar os dois, e cobra para desfazer o trabalho. Aí o terceiro indivíduo percebe que deu errado, vai no seu "espírita" e faz a macumba de novo.
E a pessoa do lado de cá paga de novo pra desfazer. E nesse meio tempo, a pobre vítima (o ser amado de duas ou mais pessoas, nunca se sabe) fica doidinho com tantas entidades na cabeça dela, apertando e desapertando parafusos. E os "espíritas do amor" vão ganhando dinheiro às custas da falta do que fazer de muita gente.
E saibam de mais uma coisa: não imaginem que a brincadeira sai de graça. Ela não custa apenas o suado dinheiro que vai para o bolso do "espírita". O pessoal do lado de lá que faz o serviço sujo não tem nada de bonzinho, de elevado, nem está a fim de te ajudar.
E isso quando dá certo. A chance da pessoa ficar sem o amado e sem o dinheiro é muito grande.
Que tal amadurecer, aceitar os fatos e partir pra outra?
Ele não te quer? Então agora vai querer. Ela te largou por outro? Com um simples jeitinho, o relacionamento dos traidores vai por água abaixo. E ela descobrirá, do nada, que ainda é apaixonada por você.
Eu não conheci nenhum dos "espíritas do amor" pessoalmente. Mas conheci pessoas que apelaram para eles para conquistar o amado ou a amada. Algumas conseguiram, outras não.
Algumas coisas precisam ficar claras. Primeiro, eles não são "espíritas". Eles usam essa definição para suavizar o fato de serem macumbeiros, mesmo. E a coisa não é simples assim. Eu não posso chegar no guichê de um "espírita do amor" e pedir: "Por favor, eu gostaria que o Reinaldo Gianecchini se apaixonasse por mim. Quanto custa?". É preciso ser alguém com quem a pessoa tenha algum tipo de conexão.
Depois de ouvir a triste história do cliente, "espírita" faz um orçamento com base na dificuldade dos trabalhos (quantos bodes ou galinhas, quanto de velas, isso e aquilo). Mas não se preocupem, se bobear o valor pode ser parcelado, ou pode-se pagar com cartão de crédito, vale-refeição, débito automático em conta corrente... a criatividade não tem limites.
O que me espanta em casos assim é a completa ausência de amor próprio de um ser humano, que se presta a ter ao lado alguém que não o quer de verdade, em nome de um sentimento que muitos chamam erroneamente de "amor". Eu traduzo como orgulho ou capricho. Popularmente falando, podemos usar o termo "falta de chinelo na bunda".
Analisem comigo: se alguém apela pra macumba para trazer o ser amado, é porque o tal não quer ficar com a pessoa por vontade própria. Como ela não aceita a realidade dos fatos, essa pessoa paga pra um pessoalzinho do sobrenatural soltar um parafuso no cérebro do amado, de forma a fazê-lo se apaixonar ou a sentir uma estranha e incontrolável de ficar ao lado dela.
E vale ressaltar que o trabalho, uma vez que tenha dado certo, precisa ser refeito sempre, porque volta e meia a pessoa atingida tem essa mania insuportável de querer voltar ao normal e descobrir que não gosta tanto assim do cônjuge.
E em muitos casos a coisa vira um pingue-pongue. A pessoa vai lá reclamar que o ser amado não quer mais saber dela, e o "espírita" diz que um terceiro indivíduo fez um trabalho para separar os dois, e cobra para desfazer o trabalho. Aí o terceiro indivíduo percebe que deu errado, vai no seu "espírita" e faz a macumba de novo.
E a pessoa do lado de cá paga de novo pra desfazer. E nesse meio tempo, a pobre vítima (o ser amado de duas ou mais pessoas, nunca se sabe) fica doidinho com tantas entidades na cabeça dela, apertando e desapertando parafusos. E os "espíritas do amor" vão ganhando dinheiro às custas da falta do que fazer de muita gente.
E saibam de mais uma coisa: não imaginem que a brincadeira sai de graça. Ela não custa apenas o suado dinheiro que vai para o bolso do "espírita". O pessoal do lado de lá que faz o serviço sujo não tem nada de bonzinho, de elevado, nem está a fim de te ajudar.
E isso quando dá certo. A chance da pessoa ficar sem o amado e sem o dinheiro é muito grande.
Que tal amadurecer, aceitar os fatos e partir pra outra?
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