Vacas são espancadas e envenenadas para a produção de couro na Índia

O status de animal sagrado das vacas na Índia é consolidado por lei. Com a exceção de dois estados, a matança de vacas e bezerros é totalmente proibida, seja qual for o motivo, e os animais são supostamente protegidos até os quinze anos de idade. Mas toda esta aparente reverência e a falsa proteção mascaram um comércio que só se movimenta a partir da morte desses animais, e que envolve barbaridade e crueldade. As informações são da Occupy for Animals.
Apesar do comércio ser considerado ilegal, as autoridades que devem fiscalizá-lo e interrompê-lo são rotineiramente subornadas para deixá-lo continuar. Não há, portanto, em momento algum, qualquer controle ou regulamentação.
A contradição reside no fato de que, embora os hindus sejam conhecidos por considerar a vaca um animal sagrado, e os jainistas, por considerar todas as formas de vida sagradas de modo a evitar ferir até os insetos, análises mostram que muitas comunidades do país são cúmplices no tratamento cruel a vacas. Uma investigação do PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) revela o tratamento do indiano ao seu animal sagrado como um escândalo de crueldade, ganância e corrupção.
Segundo um relatório do PETA da Índia:
“Comprar artigos de couro incentiva diretamente a miséria do matadouro. De acordo com estatísticas do Ministério de Indústrias Processadoras de Alimentos e do Conselho de Exportação de Couro, o valor das exportações de couro da Índia – que é um dos maiores produtores do mundo – é dez vezes maior que o valor das exportações de carne do país. Isso significa que vacas e outros bovinos estão sofrendo e sendo cruelmente assassinados para que a indústria do couro tenha lucro a partir de suas peles.
O tratamento às vacas na Índia está entre os mais cruéis do mundo. Uma vez que é considerado ilegal matar esses animais quando estão saudáveis, os bovinos jovens da Índia são muitas vezes deliberadamente mutilados. Suas pernas são quebradas, ou eles são envenenados, de modo que possam ser declarados ‘aptos para serem mortos’ – ainda que muitos trabalhadores de matadouros não se preocupem em seguir a lei. Bezerros saudáveis, bem como as vacas, são assassinados fria e abertamente.
Os bovinos são amarrados com cordas que passam através de seus narizes, e são espancados impiedosamente durante forçadas ‘marchas da morte’ ao longo de centenas de quilômetros. Eles também são transportados em condições terríveis depois de terem sido amontoados uns em cima dos outros em caminhões no calor abrasador indiano. Durante o transporte, eles não podem deixar de esmagar uns aos outros, e morrem de maneiras horríveis como resultado de asfixia e lesões. Os caminhões trafegam a uma velocidade vertiginosa ao longo de estradas de terra e de cascalho esburacadas e por trechos de montanha, fazendo com que as vacas caiam dentro das carrocerias, o que causa mais danos. Durante as chamadas ‘marchas’, os animais entram em colapso por fome, cansaço, lesões e desespero. Os manipuladores agem com violência, quebrando as suas caudas em cada junta e esfregando tabaco, pimenta e sal em seus olhos. A fratura na cauda de uma vaca provoca uma dor semelhante ao que um humano sente quando lhe quebram um dedo. Nunca são oferecidos alimentos ou mesmo água a esses animais.
Ao chegar ao matadouro, muitos já estão mortos, e outros estão tão doentes e feridos que os homens precisam arrastá-los para dentro – de novo sem considerá-los como seres vivos e o seu extremo sofrimento. A vida curta desses animais está no fim, e se alguém olhar de perto, poderá ver o terror e o sentimento de traição em seus olhos. Uma vez dentro do matadouro, suas gargantas são cortadas diante de outros animais, forçados a assistir enquanto esperam a sua vez. Alguns têm as pernas decepadas enquanto ainda estão conscientes, e outros enfrentam a agonia de terem suas peles arrancadas quando ainda estão vivos”.

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