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O sistema do dólar e a realidade económica dos EUA no pós guerra
por F. William Engdahl
É comumente aceite que os Estados Unidos, apesar dos recentes problemas, são ainda a principal locomotiva na promoção do crescimento da economia mundial, e o pilar do sistema global. Mas o que se passaria se descobríssemos que, em vez de ser o pilar, os Estados Unidos eram, na realidade, o coração de um sistema económico disfuncional, que está propagando a instabilidade, o desemprego, e uma recessão económica global?

Nenhuma outra nação no mundo consegue sequer aproximar-se da superioridade dos EUA em termos de bombas inteligentes, tecnologia militar ou simplesmente em capacidade bélica. A posição dos EUA no mundo desde 1945, e especialmente desde 1971, apoiou-se em dois pilares: na sua superioridade militar sobre todos os outros países, e no papel do dólar como moeda de reserva mundial. No entanto o dólar representa hoje o calcanhar de Aquiles da hegemonia americana.

Em meu entender, o mundo entrou, desde o colapso da bolha do mercado de valores EUA em 2001, numa fase nova e altamente perigosa. Estou a referir-me aos fundamentos insustentáveis que têm suportado o sistema do dólar. Mas o que é o sistema do dólar?

Como funciona o sistema do dólar

Depois de 1945, os EUA emergiram da segunda guerra mundial como o país com as maiores reservas de ouro do mundo, com a maior capacidade industrial, e com um excesso de dólares apoiado por ouro. Durante a guerra-fria nos anos 50 e 60, os EUA podiam ser generosos com os aliados, como a Alemanha e o Japão, podiam permitir que as economias da Ásia e da Europa Ocidental florescessem para contenção do comunismo. Com a abertura dos EUA às importações do Japão e da Alemanha Ocidental, foi possível alcançar a estabilidade. Mas o mais importante é que se construiu uma estreita zona de comércio que trabalhava sempre, primeiro, em benefício dos EUA.

Este funcionamento do sistema manteve-se até finais dos anos 60, quando a dispendiosa guerra de Vietname drenou as reservas de ouro dos EUA. Em 1968 essa drenagem atingiu níveis de tal maneira críticos, que os bancos centrais estrangeiros que possuíam dólares, temendo que o défice americano convertesse os seus dólares em nada, preferiram antes o ouro que os suportava.

Em Agosto de 1971, Nixon rompeu finalmente o acordo de Bretton Woods, e recusou resgatar dólares por ouro, dado que não tinha ouro suficiente para entregar. Isto levou ao início da fase mais importante da história económica mundial. Depois de 1971 o dólar deixou então de estar indexado a uma onça de ouro, isto é, a algo que fosse mensurável, mas sim às impressoras da Tesouro e da Reserva Federal dos EUA.

O dólar passou a ser então uma moeda política. Temos "confiança" nos EUA como o defensor do mundo livre? Num primeiro momento Washington não se apercebeu da arma que tinha criado depois de ter rompido com o ouro. Simplesmente reagiu por necessidade, pois as suas reservas de ouro estavam perigosamente baixas. Fez valer o seu papel como pilar na NATO e na segurança de mundo livre, para pedir aos seus aliados que continuassem a aceitar os seus dólares como faziam antes.

As moedas flutuaram para cima e para baixo contra o dólar. Os mercados financeiros foram lentamente liberalizados. Foram levantados os controlos. Foi permitida a banca em paraísos fiscais com fundos de investimento e produtos financeiros derivados sem regulação. Todas estas mudanças tiveram a sua origem em Washington em coordenação com os bancos de Nova Iorque.

Reportagem completa em Resistir.

Comentários

Anônimo disse…
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